TRE-BA 88 anos: No aniversário do Eleitoral baiano, servidores falam sobre a pluralidade da instituição

A diversidade é uma marca do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, que possui servidores formados nas mais diversas áreas. Na última matéria da série que comemora os 88 anos do Eleitoral baiano, três histórias de servidores ilustram o TRE-BA como uma instituição plural e que também influencia aqueles que já fazem parte dos seus quadros a iniciarem e aprofundarem estudos na área jurídica.

TRE-BA edita mais uma reportagem da série "TRE-BA 88 anos", com mais um enfoque na pluralidade.
A diversidade é uma marca do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia, que possui servidores formados nas mais diversas áreas. Na última matéria da série que comemora os 88 anos do Eleitoral baiano, três histórias de servidores ilustram o TRE-BA como uma instituição plural e que também influencia aqueles que já fazem parte dos seus quadros a iniciarem e aprofundarem estudos na área jurídica. 
As letras vernáculas e a letra da lei
A primeira formação de Rita de Cássia Ferreira é em letras vernáculas com especialização em texto e gramática. Desde 1991, Rita é professora do Estado da Bahia, onde leciona língua portuguesa. Em 2003, um pouco decepcionada com os rumos da escola pública, ela fez concurso para o TRE-BA, para o cargo de analista judiciário da área administrativa. A exigência era formação superior em qualquer área do conhecimento. 
Aprovada em terceiro lugar, Rita foi convocada um ano depois para trabalhar em cartório. Para entender a matéria, fez pós-graduação em direito eleitoral. “Logo me interessei pelo assunto e me apaixonei pelo trabalho de fazer eleição. Gosto da movimentação, da organização, do preparo e de toda execução no dia do pleito”, conta. 
Chefe da 5ª zona eleitoral, em Salvador, a servidora não trocou uma função por outra, mas manteve as duas, em paralelo. Sobre isso, acredita que ser professora ajuda muito no trabalho administrativo do cartório, seja na elaboração e redação de documentos, na compreensão dos conteúdos de direito ou nos cursos de aperfeiçoamento, gestão e liderança que o TRE-BA oferece aos servidores. 
O que mais atrai Rita a estar no Tribunal é colaborar para que as pessoas exerçam a cidadania, o que culmina no dia da eleição em que podem votar e serem votadas. “Estudo muito para me manter atualizada e entender a legislação, especialmente a eleitoral”. A servidora também usa a experiência pessoal para ampliar sua atuação no TRE-BA. “Sou pessoa com deficiência e sinto orgulho do trabalho cidadão, de ajudar pessoas com deficiência e/ou mobilidade reduzida”. 
No Eleitoral da Bahia, Rita já participou de três comissões de acessibilidade, ajudando na execução de políticas direcionadas ao voto da pessoa com deficiência, o que resultou em uma medalha de reconhecimento. Em 2019, a servidora recebeu a comenda Desembargador Jatahy Fonseca. “Me sinto muito acolhida e engajada ao tema, tanto que estou fazendo pós-graduação em direito da pessoa com deficiência. Trabalhar no TRE-BA mudou totalmente a minha vida”. 
Comunicação eleitoral
A vida profissional do diretor-geral do TRE-BA, Raimundo Vieira, começa no jornalismo. Nos anos 1980, ele escrevia reportagens policiais para o Jornal da Bahia e tinha uma página semanal com o mesmo tema no jornal Afro-Brasil. Nessa época, prestou concurso do Eleitoral baiano para a extinta função de auxiliar judiciário e foi aprovado. 
Já como servidor, Raimundo atuou na 2ª e na 10ª zonas eleitorais e depois foi chefiar a 5ª ZE. Antes de passar para a secretaria do Tribunal, fez um concurso interno (extinto com a Constituição de 1988) e passou a ser técnico judiciário (nível superior) na área administrativa. Foi quando veio o desejo de estudar direito, que o levou a uma segunda graduação e ao enquadramento como analista judiciário na área fim. 
Na história de Raimundo, jornalismo e direito se misturam, mas a verdade, ele conta, é que foi atuar como repórter justamente porque sempre gostou do direito, na área penal. Em 2002, quando assumiu pela primeira vez a diretoria do Tribunal, atuou para que o jornalismo determinasse novos rumos dentro do TRE-BA. Em 2005, com a reestruturação de cargos e secretarias das cortes eleitorais, seu trabalho como diretor ajudou a criar a Assessoria de Comunicação (ASCOM), que se mantém até hoje. 
Antes disso, o Tribunal tinha apenas um setor de divulgação, associado à presidência do órgão. “A comunicação é uma área essencial para que o público conheça os serviços prestados pelo TRE-BA e se mantenha informado”, observa Raimundo, que já está na terceira gestão diante da diretoria-geral. A primeira foi de 2002 a 2012. A segunda teve início em 2016, quando o desembargador Mário Hirs reassumiu a presidência. A terceira começou em 2019, com o atual presidente, desembargador Jatahy Júnior. 
Ser diretor-geral, segundo Raimundo Vieira, demanda conhecimentos de comunicação, de direito e também de gestão. “É uma função que lida com a administração de todo o órgão, tomando uma série de decisões e elaborando planejamentos. Tem sido um trabalho árduo, mas muito gratificante, especialmente nesses tempos de pandemia, quando o TRE-BA vem alcançando destaque no Conselho Nacional de Justiça, motivo de muito orgulho”. 
As comemorações dos 88 anos do Tribunal marcam o que Raimundo Vieira considera o maior desafio de sua carreira: realizar as Eleições Municipais no contexto da Covid-19. “Tenho 36 anos de TRE-BA e já fiz muitas eleições. Teve referendo, teve plebiscito, mas, sem dúvida, nada tão desafiador quanto o que se apresenta. Tenho certeza que, com o esforço de cada um, dos juízes, dos colegas e dos mesários, conseguiremos garantir um ambiente seguro para eleger os novos vereadores, prefeitos e vice-prefeitos”. 
Serviço público e bem-estar
Contar a própria história no TRE-BA é algo que dá muito orgulho ao servidor aposentado Adhemar José dos Santos. Ele foi aprovado no concurso público de 1978, quando o Eleitoral baiano ainda funcionava no Fórum Ruy Barbosa, para ser motorista oficial. Naquela época, a frota do TRE-BA tinha apenas cinco automóveis: um opala, três rural willys e uma veraneio. 
Em 40 anos de Tribunal, Adhemar percorreu um caminho cheio de mudanças. Depois de motorista, passou pela Secretaria da Administração, foi coordenador de Serviços Gerais, chefe da Seção de Compras, trabalhou na 7ª zona eleitoral e fez parte da Seção de Voto Informatizado, da Secretaria de Informática, onde ficou até se aposentar, em 2018. 
O tempo como coordenador de Serviços Gerais foi marcado por uma conquista para o TRE baiano – o Centro de Apoio Técnico (CAT), fundado em 2003, em Porto Seco Pirajá. “Enquanto fiquei no TRE-BA, eu entendi essa unidade como uma verdadeira escola, onde aprendi muito”. Dois anos depois, Adhemar concluiu o bacharelado em educação física ,e em seguida, duas pós-graduações – treinamento desportivo, pela Ufba, e treinamento desportivo aplicado à cardiologia, pela Unime. 
Para quem não via relação entre educação física e Justiça Eleitoral, Adhemar mostrou como aplicar os novos conhecimentos para ajudar a promover o bem-estar dos servidores. Organizou torneios de futebol com diversas outras unidades do Poder Judiciário, promoveu caminhadas e passeios ao Parque de Pituaçu e foi defensor da medicina preventiva dentro da instituição. “Sempre achei que, quanto mais o TRE-BA tivesse um olhar diverso, mais os servidores estariam satisfeitos com o que faziam”. 
Em 2016, depois de se curar de um câncer de próstata, o servidor passou a valorizar ainda mais a relação entre saúde e trabalho. Foi um tempo também de olhar para tudo o que já tinha vivido até chegar ali. Adhemar começou a trabalhar aos 13 anos, lavando carros no bairro da Federação, onde vivia, para ajudar a mãe. Já vendeu bala na Avenida Sete, já foi ajudante de pedreiro.
O pai morreu quando ele tinha apenas três anos, mas o deixou com três avós, como ele se refere às senhoras a quem o pai prestava serviços de pedreiro. Foram elas que ajudaram com a educação, que o menino insistia em manter, mesmo tendo que trabalhar. Também foram as avós que o orientaram a prestar concurso público. Além do TRE-BA, Adhemar se inscreveu para a Copene, o Tribunal Regional Federal e a Polícia Civil. “Passei em todos, mas escolhi o Eleitoral baiano e não me arrependo”. 
Aposentado, Adhemar tem um olhar mais reflexivo para a situação de pandemia que o Brasil atravessa. “É tudo inusitado, mas acredito que devemos aproveitar para analisar o que realmente vale a pena a gente ser em nossa vida, o que temos que priorizar. Agora que estamos em casa, sem a liberdade de sair, vivendo em sobressalto, sem tranquilidade, pensar sobre isso é o que importa. E ter fé, porque vamos sair dessa”.
 
 
/CB
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