Sexta Cultural: Marília Muricy debate ética pública e política no TRE-BA
O encontro teve como tema principal a “Verdade, Ética e Política”

Um dos temas mais antigos da filosofia, a ética deu o tom do debate ministrado nessa sexta-feira (10/3) pela professora Marília Muricy. O encontro faz parte do projeto “Sexta Cultural”, promovido pela Escola Judiciária Eleitoral (EJE-BA) do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA).
Muricy abriu o debate relembrando a concepção ética de Aristóteles voltada para alcançar o máximo bem, que é a felicidade. Nos termos do filósofo, a professora explicou que essa felicidade está vinculada à identificação do “melhor governo”, isto é, o que cada um considera necessário para ser feliz na relação política.
Além de Aristóteles, outros pensadores e filósofos políticos foram lembrados durante a palestra a exemplo de Hannah Arendt, Max Weber, Immanuel Kant e ainda Jürgen Habermas. Seguindo a linha de Weber, a professora definiu a que a ética pública é dividida em duas dimensões: a ética das convicções e a ética dos resultados.
Para Muricy, não devemos desacreditar na vida política. “Talvez o poder não seja um embuste e, a verdade, a senhora fácil que dizem que ela é. Quando pensamos no Congresso hoje, não devemos pensar que a política se reduz a isso. Não devemos desacreditar na vida política.”
Sobre a palestrante
Marília Muricy é graduada em Direito pela Universidade Federal da Bahia (1967), mestre em Direito pela Universidade Federal da Bahia (1973) e doutora em Filosofia do Direito, pela PUC-SP, em 2006. É professora Propad da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia onde leciona Teoria Geral do Direito e Filosofia do Direito. Desenvolve estudos na área das relações entre direito e moral, com ênfase nos aspectos da Ética Pública. Sua área de pesquisa e de interesse estende-se às concepções contemporâneas da justiça, tendo em vista a construção de novos paradigmas substitutivos dos modelos teóricos gerados pela Modernidade.
Dedica-se também, produzindo textos e desenvolvendo estudos, a questão dos direitos humanos e direitos dos apenados, tendo já integrado o Conselho Nacional de Política Penal e Penitenciária do Ministério da Justiça. Foi membro da Comissão de Ética da Presidência da República e prestou serviços na elaboração de um Código de Ética para a Universidade da Bahia. Como Conselheira Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, atuou em várias comissões de preparação da Constituinte e posteriormente da Revisão Constitucional. Atualmente concentra-se no estudo das relações complementares em direito e senso comum e especialmente nas suas projeções sobre a interpretação e a decisão jurídica.
TF