“A gente quer ser visto”: TRE-BA conversa com Andy Ribeiro, em homenagem ao Mês do Orgulho LGBTQIA+

Jovem se autodeclara pessoa não binária, identidade de gênero que não se enquadra nas categorias de homem ou mulher; processo de reconhecimento começou ainda na adolescência

Jovem se autodeclara pessoa não binária, identidade de gênero que não se enquadra nas categorias...

Em homenagem ao Mês do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em junho, a Assessoria de Comunicação Social do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) conversou com o eleitor Andy Ribeiro de Jesus, 18, pessoa autodeclarada não binária, identidade de gênero que não se reconhece exclusivamente como homem ou mulher. 

O primeiro contato do Órgão com ele foi durante o alistamento eleitoral, quando Andy compareceu à Central de Atendimento ao Público (CAP) para emitir sua primeira via do título. Na ocasião, a Ascom foi acionada por um atendente da CAP para conversar com Andy e dialogar sobre a importância da inclusão do nome social no cadastro eleitoral. Na entrevista, realizada posteriormente, Andy compartilhou sua trajetória, seus sonhos e a importância da representatividade política. 

Perfil

Nascido em 2006, em Salvador, Andy está no 1º semestre do curso de Artes Visuais, na Universidade Federal da Bahia (UFBA). A escolha do nome foi inspirada no personagem Andy, da animação Toy Story: Um Mundo de Aventuras. “Para mim, esse nome tem a ver com pessoas sonhadoras. Andy foi um personagem muito sonhador, um garoto, e eu me inspirava nele”, explica.  

Assista aqui a entrevista com Andy Ribeiro, publicada no Instagram do TRE-BA 

Ao começar a utilizar o nome social, Andy enfrentou situações desconfortáveis, especialmente em atendimentos em órgãos públicos. “Certa vez, quando fui tirar a certidão de nascimento, o atendente me perguntou se eu era trans. Ele disse que no sistema não tinha a opção não-binário. Na hora tive que me identificar com algo que não sou, uma pessoa trans masculina, mesmo eu não estando de acordo com aquilo. É como se eu tivesse aceitado uma identidade que não era minha”, lamenta. 

Em novembro de 2024, aos 17 anos, Andy registrou seu nome social - Andy Ribeiro de Jesus - no Cadastro Eleitoral ao emitir o título de eleitor. “Estamos pedindo por espaço, a gente também existe, a gente quer ser visto. Somos pessoas e queremos representatividade. Estou na expectativa do próximo ano”, declarou. 

Andy é uma das 2.706 pessoas na Bahia que incluíram o nome social no título eleitoral, conforme dados atualizados de 2024. Desde 2018 pessoas travestis e transexuais podem incluir seu nome social e a respectiva identidade de gênero no título de eleitor, conforme a Resolução 23.562/2018, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No mesmo  ano, através da Portaria Conjunta 1/2018, o TSE regulamentou a inclusão do nome social no cadastro eleitoral. 

Identidade

Ao ser questionado sobre os pronomes de tratamento que gostaria que fossem utilizados, Andy optou por ele/dele ou elu/delu, este último pertencente ao conjunto de pronomes neutros.

O reconhecimento de sua identidade, segundo Andy, foi um processo iniciado durante a pandemia de Covid-19, ainda no período em que cursava o ensino fundamental. “Comecei a me olhar no espelho, pesquisar, assistir coisas e perceber que os rótulos que eu recebia não estavam me agradando. Daí comecei a me questionar: será que de fato esse tem que ser meu nome? Eu realmente tenho que me comportar desse jeito?”, relembra.  

Nesse processo, a mãe de Andy já percebia as mudanças pelas quais o adolescente passava, inclusive conflitos na escola relacionados à escolha de um nome social sugerido por colegas - nome que ele não utiliza mais. “Minha mãe já tinha notado tudo. Teve um momento que ela me chamou para ver um filme, mas na verdade ela queria ter uma conversa comigo, a partir de uma pauta em um programa de televisão no mês do orgulho LGBTQIA +. Ela sacou tudo, descobriu e me apoiou”, conta.

Representatividade 

Quando o assunto é representatividade, Andy faz ponderações sobre a baixa participação das pessoas LGBTQIA+ no sistema político e as dificuldades na aprovação de pautas de interesse do grupo. “Quando a gente bate nessa tecla, nessa pauta de inclusão no contexto do sistema político em geral, mesmo as pessoas que possuem cargos, a gente vê que acontece muito desrespeito, muita violência verbal, e geralmente não acontece nada com as pessoas que fazem isso”, afirma.

De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2024, a Bahia registrou 300 candidaturas de pessoas LGBTQIAPN+, sendo 97 de pessoas gays, 82 de lésbicas, 36 de bissexuais, 13 de assexuais, 7 de pansexuais e 65 de pessoas transgênero.

Mês do Orgulho LGBTQIA+

A sigla LGBTQIA+ dá visibilidade às identidades Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros, Queer, Intersexo, Assexuais e outras expressões de gênero e sexualidade. Comemorado em 28 de junho, o Dia Internacional do Orgulho LGBT, foi criado em 1969 para celebrar conquistas de direitos civis, sociais e políticos, bem como para promover empatia, respeito e inclusão nas mais diversas instituições e na sociedade em geral.


Pra todos verem: Andy, pessoa negra, de perfil, sorrindo, vestida com camisa quadriculada.

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