Projeto Políticos do Futuro transforma alunos em candidatos por meio de votação simulada

Eleição envolveu cerca de 300 estudantes e foi realizada durante o lançamento nacional do projeto, coordenado pela Escola Judiciária Eleitoral

Debate do projeto Políticos do Futuro

O estudante Wilen Ricardo de Jesus, 13 anos, ainda não tem idade para tirar o título de eleitor. Na terça-feira (31/7), porém, ele não só escolheu candidatos para cargos municipal e estadual, como se elegeu o vereador mirim mais votado de Salvador. Tudo isso foi possível por meio do Projeto Políticos do Futuro, lançado nacionalmente durante edição do Programa Justiça Eleitoral Itinerante na Bahia. A ação, realizada no Instituto Central de Educação Isaías Alves (Iceia) – Barbalho, reuniu, além de Wilen outros cerca de 300 alunos de oito colégios da rede pública de ensino. 

Realizado pelos tribunais eleitorais em parceria com suas respectivas escolas judiciárias eleitorais, o Políticos do Futuro é um desdobramento do projeto Eleitor do Futuro. A proposta é que o estímulo à consciência cidadã sirva também de incentivo à reflexão quanto à importância da adoção de uma postura ética e responsável na vida pública.

Presente no evento, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, afirmou a intenção de formar gestores públicos por meio de uma experiência educacional participativa. “Aqui na terra de Ruy Barbosa começa a germinar um projeto que será exemplo para todo o país”, delineou. De acordo com o ministro, as diretrizes da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente vão despertar no jovem a vocação para “ser sujeito de transformação da história”.

Políticos do Futuro são crianças que aprendem sobre cidadania e repassam isso para as famílias e os vizinhos, definiu o presidente do TRE-BA, desembargador José Edivaldo Rocha Rotondano. Para isso, ele explicou, o Tribunal tem realizado encontros com alunos do ensino fundamental do 6º ao 9º ano, em escolas indicadas pela Secretaria de Educação do estado e dos municípios baianos. Em cada um desses colégios, o TRE-BA fala sobre voto consciente, as funções dos cargos eletivos e noções de direitos fundamentais. “Este projeto mostra que a Justiça Eleitoral não se dedica apenas a fazer eleição. É uma atuação pela cidadania”, resumiu.

Foi uma proposta cidadã que deu a vitória eleitoral ao estudante Wilen Ricardo de Jesus. O programa de governo do vereador juvenil baseou-se na ajuda aos idosos.  “Fico muito triste quando vejo pessoas mais velhas com necessidades”, justificou. A dona de casa Gilma Barreto, mãe de Wilen, endossou a preocupação do menino. “Ele sempre quer ajudar todo mundo”. Em breve, a vitória alcançada nas eleições dessa terça possibilitará a Wilen uma experiência real na Câmara Municipal de Salvador, onde acompanhará por um dia o trabalho realizado pelos membros do legislativo.

Eleição na escola

Para desenvolvimento da ação, o teatro do Iceia foi transformado em seções eleitorais. Nas laterais do salão, foram instaladas 16 urnas eletrônicas. Entre os mesários voluntários, alunos e professores. A simulação no colégio do Barbalho foi planejada para eleger candidatos em quatro cargos: governador, prefeito, deputado estadual e vereador. Todos os estudantes eleitos terão a oportunidade de compartilhar um dia junto aos reais políticos atuantes nos cargos do legislativo e executivo.

Com o apoio das secretarias de Educação do estado e do município, oito escolas participaram da eleição simulada. Do município, estiveram presentes Pirajá da Silva (Liberdade), Elysio Athayde (Cajazeiras V), Maria Constança (Mata Escura) e Alfredo Amorim (Ribeira). Já a rede estadual foi representada pelos colégios Castro Alves (Calçada), Severino Vieira (Nazaré), Ypiranga (Dois de julho) e Luiz Fernando Macedo Costa (Cajazeiras).

Antes do início da votação, os jovens candidatos aos cargos legislativos apresentaram planos e sugestões de governo. Já os candidatos ao executivo participaram de debate. As escolas levaram verdadeiras torcidas ao teatro, que ficou lotado. Na plateia, era possível observar cartazes, placas e tambores, sendo intensos os sons de assovios, gritos e aplausos. Nos debates, os candidatos fizeram críticas às áreas da Educação, Saúde, Segurança e ao Transporte Público. 

Para a diretora da Escola Judiciária Eleitoral da Bahia (EJE/BA), Patrícia Cerqueira, a atuação dos estudantes mostra que o destino do país está entre os jovens. Uma das mentoras do projeto, ela observou que as redes sociais tornaram meninos e meninas mais próximos das instituições. O desafio é fazê-los perceber que a política vai além. “Muitos já têm essa noção e o projeto reforça a ideia da política no dia a dia da comunidade e como algo que diz respeito, principalmente, a administrar e cuidar do que é de todos”. 

Políticos

Eleita governadora, a estudante Ana Beatriz de Souza, 15 anos, defendeu mudanças na Educação, Segurança, Saúde e Mobilidade Urbana. A aluna do Colégio Estadual Ypiranga ficou surpresa por ter vencido com 114 votos, mas já fazia planos. “Política não era algo que eu pensava antes, mas passei a ver de forma diferente”. Ana Beatriz afirmou que agora considera a carreira de gestora pública como uma possibilidade.

A representatividade feminina venceu também na eleição para o cargo de prefeito, sendo eleita Fabiana Santos, 14 anos, com 87 votos. Em sua campanha, a estudante defendeu melhorias na infraestrutura e na alimentação servida nas escolas públicas. “Quero muito ir à prefeitura falar sobre os professores”, disse Fabiana.

Para os cargos de deputado, Clara Viviam Silva, 15 anos, recebeu a maioria dos votos entre os eleitos (58 votos). Clara usou a experiência de amigos e familiares para propor uma gestão dedicada a pesquisar a cura de algumas doenças. “A política está em tudo: no que você diz, em como se veste, em como você age”, explicou a aluna do Colégio Severino Vieira ao partir de causa próxima para chegar a um plano de governo.

Para além do Projeto Políticos do Futuro, outra ação deverá ser levada às escolas, revelou o secretário-geral do TSE, Carlos Eduardo Frazão do Amaral. Na ocasião, o secretário apresentou o projeto Inclusão Legal, em que juízes, promotores e advogados das comarcas irão aos colégios ensinar noções básicas de cidadania e direitos fundamentais para as crianças.  “Formar eleitores passa por entender os princípios que norteiam a nossa Constituição”, afirmou.

CB                       

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