Enfrentamento ao assédio é tema de curso realizado pelo TRE-BA
O encontro, direcionado aos juízes eleitorais e servidores em cargos de gestão, teve o objetivo de orientar os profissionais sobre como prevenir as diferentes formas de assédio.

Formas de combater comportamentos antiéticos que levam a situações de vergonha, constrangimento e humilhação foram pautadas no curso “Enfrentamento ao Assédio Moral, Sexual e à Discriminação”, realizado pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), na tarde da quarta-feira (10/8). A psicóloga Ana Magnólia Mendes ministrou o curso, que ocorreu pela plataforma Zoom. O encontro, direcionado aos juízes eleitorais e servidores em cargos de gestão, teve o objetivo de orientar os profissionais sobre como prevenir as diferentes formas de assédio.
O curso seguiu as orientações da Resolução nº 351, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que, em 2020, instituiu a Política Nacional no âmbito do Poder Judiciário. Durante sua apresentação, a psicóloga Ana Mendes lembrou que "o assédio não é algo que apareceu agora", destacando a importância de pautar o respeito à dignidade humana e à convivência ética.
O treinamento é uma iniciativa da Comissão de Prevenção e de Enfrentamento ao Assédio Moral e Sexual do TRE-BA, liderada pelo juiz Arthur Neves. Ele pontuou que a Comissão atua no dia a dia com foco na criação de um ambiente saudável de trabalho. "Temos um procedimento sigiloso, que permite aos trabalhadores o relato de casos de assédio e discriminação por nossos canais de comunicação", destacou.
O objetivo é o de que o curso contribua na construção de novas estratégias para impedir todas as formas de violência e de discriminação, de modo a garantir o direito à saúde e à segurança no trabalho.
Para a palestrante, é essencial estar atento às atitudes organizacionais do cotidiano. "Pois, estamos submetidos a uma situação estrutural e o uso abusivo do poder envolve toda e qualquer situação de violência. Quando julgamos as pessoas, estamos cometendo um ato antiético. No trabalho, precisamos avaliar o 'saber fazer' e não as diferenças entre as pessoas", destacou a psicóloga.
Como identificar
Ana Mendes, que também é mestre e doutora em Psicologia pela UnB, apresentou conceitos e características comuns às práticas discriminatórias. Para ela, comportamentos antiéticos podem levar a atos de violência e assédio. "Produzir a partir da culpa, do medo ou da vergonha são alguns dos comportamentos antiéticos que podem se transformar em atos de violência e em assédio moral. Precisamos, sobretudo, nos manter pautados na ética de convivência humana", defendeu.
De acordo com a psicóloga, a ética da convivência humana permite que todos cresçam mutuamente, fazendo dos indivíduos “aliados”. "Esses comportamentos são sutis e qualquer um pode ser assediador ou assediado, do ponto de vista estrutural. Por isso, se for possível, a gente precisa construir e estabelecer um ambiente pautado na ética da convivência humana".
O curso foi gravado e o conteúdo será disponibilizado aos demais interessados na plataforma EAD da Escola Judiciária Eleitoral da Bahia.
Ascom TRE-BA; PS
Pra cego ver: Print de tela de reunião virtual, com destaque para imagem da psicóloga Ana Magnólia Mendes, que ministrou curso para o TRE-BA sobre assédio