O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), por meio da 126ª Zona Eleitoral (ZE), sediada em Baianópolis, promoveu, no dia 29 de setembro, uma palestra sobre a Política de Prevenção e Enfrentamento aos Assédios Moral e Sexual e à Discriminação na sede da ZE. A atividade, realizada em parceria com a Faculdade Uninassau/Barreiras, integra as ações das Comissões de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio dos 1º e 2º graus e teve o objetivo de ampliar o alcance das iniciativas educativas, estimular a reflexão sobre as temáticas e fortalecer o diálogo entre a Justiça Eleitoral e a comunidade acadêmica.

Voltada aos(às) servidores(as) e colaboradores(as) que atuam no atendimento ao eleitor e aos estudantes do 2º semestre do curso de Psicologia (noturno) da universidade, a iniciativa buscou ainda reforçar valores como empatia, respeito e inclusão, contribuindo para um atendimento mais humanizado, ético e acolhedor.

De acordo com a chefe de cartório da 126ª Zona Eleitoral, Ângela Maria Pinto de Queiroz, eventos como esse são de grande relevância, pois fortalecem a política institucional de prevenção e enfrentamento ao assédio moral, assédio sexual e à discriminação, promovendo uma cultura de respeito e equidade. “Capacitar e sensibilizar servidores(as) e colaboradores(as) que trabalham diretamente com o público é uma maneira de aperfeiçoar a qualidade do atendimento aos(às) eleitores(as)", explicou.

A ação também estreitou os laços entre o TRE-BA e a comunidade acadêmica, permitindo que os alunos da Uninassau conhecessem as políticas e as práticas da Comissão, promovendo o engajamento coletivo em torno da valorização da diversidade e dos direitos humanos, conforme acrescentou Queiroz. “Ressaltamos o papel educativo e transformador da Justiça Eleitoral e o compromisso do Regional baiano com ambientes de trabalho e atendimentos pautados no respeito, na inclusão e na dignidade de todas as pessoas”, afirmou.

Reflexão e análise social

O evento, dedicado ao tema “Exclusão”, contou com apresentação do cordel “Exclusão”, escrito e interpretado pela aluna Maria Vitória Souza de Sá, do 2º semestre de Psicologia. Com sensibilidade e força poética, a estudante deu voz às dores e esperanças daqueles que vivem às margens da sociedade, emocionando o público com versos de profunda reflexão e crítica social. 

A performance reforçou o debate sobre inclusão e evidenciou como a arte pode ser um poderoso instrumento de conscientização e transformação social.

CORDEL EXCLUSÃO

NESTE MUNDO TÃO PEQUENO, DE GRANDE PRECONCEITO,

HÁ QUEM JULGA SEM CONHECER, E MORRE SEM SABER

O QUE É SER SUJEITO, PERANTE NOSSO SEMELHANTES

SOMOS TODOS IGUAIS, MAS A QUEM FAZ DISTINÇÕES

DE CLASSES SOCIAIS, SÓ PARA VER O SOFRIMENTO

COM BASE EM RAÇA, GÊNERO E POR AÍ VAI…

EM MEIO A POLITICAGEM, NADAMOS NA SUPERFÍCIE,

COM MEDO DE SE AFOGAR, QUEM JÁ NÃO TEM MAIS FORÇAS

PARA NADAR CONTRA A TAL DA DESIGUALDADE.

SONHAMOS ACORDADOS, LUTAMOS CONTRA A MARGEM,

JÁ VI ATÉ BRANCO VIRAR COR DE LÁPIS,

ENQUANTO O NEGRO SOFRE COM O PESO DA DESIGUALDADE.

FOI DISPENSADA DO TRABALHO, POR CAUSA DA SUA IDADE;

DISSERAM QUE ERA VELHA DEMAIS, E QUE NÃO ERA POR MALDADE.

TAMANHO É A DOR DOS QUE CORREM O DOBRO

PARA QUE NO FIM DAS CONTAS NÃO FALTE NA

MESA, MESMO FALTANDO RECURSOS, PARA UM DIA SE VENÇA

NO MUNDO COM MUITO ESFORÇO.

AQUI ME DESPEÇO COM CAUTELA E UM PEDIDO:

NÃO SE DEIXE ABATER PELA EXCLUSÃO

NÃO SE SINTA DIMINUÍDO, VOCÊ É FORTE,

VOCÊ É CAPAZ, VOCÊ É DIGNO; NÃO DEIXE QUE NINGUÉM

TE FAÇA SENTIR MENOS DO QUE VOCÊ É,

UM GRANDE ABRAÇO, MEUS AMIGOS.

AUTORA: MARIA VITÓRIA SOUZA DE SÁ

Pra todos verem: A imagem mostra uma ilustração em 3D de uma mulher de cabelos rosados que usa blusa rosa e calça amarela. Ela está com uma das mãos na cintura e a outra levantada, segurando um símbolo circular de proibido. Ao lado dela, aparecem uma mão erguida em gesto de “pare” e um megafone roxo e branco. O fundo tem formas curvas em tons de roxo, creme e amarelo. No canto direito, está o logotipo do TRE-BA acompanhado do texto “Justiça, Cidadania e Serviço”.