A JE Mora ao Lado: para mesário de Luís Eduardo Magalhães (BA), eleitores depositam “esperança” na urna
Jhoter Lopes colabora há quase 20 anos com a Justiça Eleitoral e se diz movido pela vontade de participar da vida em comunidade

“Eu amo trabalhar na minha seção eleitoral, porque vejo o esforço das pessoas para ir votar, principalmente as pessoas idosas, que têm o voto facultativo. Elas vão com cadeira de rodas, com dificuldade de locomoção, vão com os filhos, com os netos, até com bisneto, e isso me deixa emocionado”, afirma o administrador de empresas Jhoter Lopes, mesário desde 2004 no município de Luís Eduardo Magalhães (BA).
Na cidade marcada pela agricultura extensiva de grãos e cereais, com a produção de soja e milho e o turismo de agronegócio, Lopes diz que encontra momentos de satisfação pessoal no hábito da leitura e no exercício da cidadania em convívio com a sociedade. “Eu gosto de participar do dia a dia da comunidade. Já presidi associações comercial e empresarial, e isso me levou a ser mesário, a estar mais integrado na sociedade”, afirma.
Aos 51 anos, pai de dois filhos e nono filho de uma família de 11 irmãos, o mineiro nascido em Galileia, mas radicado desde 2000 na cidade baiana, usa a experiência da vida profissional como aliada para interagir e orientar a população votante no dia do pleito. O DNA de participação política está na família: “Minhas irmãs atuaram como mesárias em Mato Grosso e em Rondônia. E eu trabalho como administrador de empresas, lido com pessoas. Empresa não funciona sem gente, sem ideias, sem capital humano. Essa rotina facilita na hora de lidar com os votantes no dia da eleição”, conta.
Confiabilidade
Para Jother, um dos principais ganhos em participar do processo eleitoral é atestar a confiabilidade do sistema brasileiro que registra e apura os votos. Ele ressalta que está presente e vê a segurança das eleições: “Eu sei da confiabilidade do processo. As pessoas assinam num livro, há reconhecimento por digital, lá dentro você vê o início da votação, tira-se a zerésima, checam-se assinaturas, o juiz passa pela minha seção, os diretores do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] passam por lá. Isso gera uma confiança muito grande. Isso não tem preço”.
Quando se dispôs a ser mesário, Jhoter afirma que nutria o desejo de fazer mais do que votar. Ele conta que queria participar do processo democrático brasileiro, estar na rotina da seção, ver as pessoas votando. “Foi essa opção de fazer um pouco mais pelo meu país, de contribuir além de colocar meu voto na urna que me moveu”, frisa.
Veja vídeo no canal do TSE no YouTube.
A jornada de 19 anos como colaborador da Justiça Eleitoral também consolida a vontade de convencer mais eleitores a serem mesários: “Meu convite para participar da eleição como mesário é por ser uma experiência única na nossa vida, pela capacitação que o TSE nos fornece, por participar desse processo democrático e por saber que as pessoas vão escolher dias melhores para nosso país. Participe, e você verá a confiança e a segurança!”.
Esperança depositada na urna
O mesário se considera um “privilegiado” por atuar numa das mais antigas seções eleitorais do município, local onde reencontra conhecidos do trabalho e vizinhos. O percurso até a urna tem um significado especial para a democracia, na visão de Jhoter. “Vejo que as pessoas não só simplesmente escolheram um candidato: elas estão depositando na urna a esperança no coração de dias de melhoras, de ter mais saúde e educação, de ter um estado e um país melhores. Isso me motiva a chegar à seção cedo e dar um bom-dia a cada eleitor que entra na seção, dizer ‘Seja bem-vindo’ e, no final, falar um ‘Muito obrigado por você ter vindo votar, vindo depositar seu voto e sua confiança no país’”, completa.
Série Mesários
Esta história faz parte da série Mesários –A Justiça Eleitoral Mora ao Lado. Os textos estão sendo publicados desde fevereiro de 2022, mês em que a Justiça Eleitoral comemorou 90 anos. A ideia é mostrar que a atuação para garantir o processo democrático por meio das eleições só é possível graças às mesárias e aos mesários que participam ativamente do processo eleitoral em todo o país.
RS/LC, DM